CULTURA DO CICLISMO GANHA CADA VEZ MAIS
ADEPTOS NO ESTADO
O assessor parlamentar Alex Polari é categórico ao afirmar "Bicicleta é cultura!" E não é pra menos. Ele e Vagno Jesus, presidente da Associação Mossoroense de Ciclismo (AMC), constatam que o número de simpatizantes do esporte cresce a cada dia, atraídos não só pela possibilidade de manter a forma física e a saúde, mas pelos belos passeios com gosto de aventura que a "bike" oferece. Segundo a associação, há no mínimo 1.200 ciclistas na cidade que usam a bike para lazer, sem falar dos usuários comuns, que a usam no dia a dia para trabalhar e se locomover.
Polari gosta de destacar os tradicionais passeios promovidos pela associação. "É mais seguro andar em grupo e, sobretudo, muito mais divertido," afirma. "Hoje nós temos um projeto que é passeio biciturismo. Ou seja, usamos a bike para fazer turismo. Assim desbravamos cidades, inclusive descobrimos lugares que poderiam ser explorados como pontos turísticos, e que ninguém conhece," diz. "Temos cachoeiras em Felipe Guerra, grutas na Maisa, cachoeiras em Portalegre, pinturas rupestres em Cerro-Corá e na Chapada do Apodi. Descobrimos tudo isso por meio da bicicleta." Com os passeios, os grupos têm conhecido diversas comunidades rurais e a geografia do Estado. "A bicicleta é nossa cultura porque nós aprendemos não só a nossa região geográfica, como também fauna, flora, os costumes dessas pessoas, a culinária, a cultura das populações ribeirinhas. Há muitas coisas interessantes e muita gente boa morando por lá. Quando a gente chega eles fazem a maior festa!" revela.
Na opinião de Vagno Jesus, em Mossoró está havendo um “boom” de bicicletas. "Mas muito antes disso, Mossoró já tinha uma história de ciclismo, a nível nacional era conhecida como a cidade das bicicletas. Hoje somos mais conhecidos como cidade das motocicletas, o que é uma pena. Temos aqui a segunda prova de ciclismo mais antiga do Brasil, que é a prova Governador Dix-sept Rosado. Inclusive, nas competições aproveitamos para mostrar aos visitantes as belezas naturais da região."
Com tantas bicicletas, ambos lamentam a quase ausência de vias específicas para trafegarem. "Não chegam a 1% as ciclovias na cidade. Temos 500 metros na av. Lauro Monte, alguma coisa na Rio Branco e na Presidente Dutra, na rótula do Laçador, e só, "lamenta Vagno. "Um grande problema é a falta de ciclovias. A malha viária é pouca."
Pelo mundo todo, o uso da bicicleta vem sendo estimulado como meio de transporte barato, saudável e não poluente. Na opinião de ambos, falta o poder público acordar para esta realidade. "Como transporte do dia-a-dia, um dos grandes motivos é a falta de ciclovias e falta de onde estacionar. Hoje tem bicicletas de R$ 200,00 a R$ 26 mil. Onde você vai estacionar uma bike dessas? Amarrada num poste?" questionam. Ambos fazem questão de destacar que em Mossoró apenas um empresário disponibiliza um estacionamento para bicicletas.
E para aqueles que têm espírito de aventura, mas não tem ainda um bom preparo físico, Vagno avisa que a associação está se preparando para um passeio ciclístico em Tibau. "Vai ser para qualquer nível de condicionamento físico. Queremos divulgar o nosso esporte, nosso lazer e atividade física, e daremos um belo passeio. Vai ser ou dia 15 ou dia 30 deste mês," adiantou.
Em Natal, o movimento em prol da bicicleta também ganha força. O empresário Haroldo Mota analisa o movimento também do ponto de vista ambiental. Ele ele se queixa da falta de percepção do poder público na implantação de ciclovias. "Com a chegada da Copa em 2014, e o movimento ambiental mundial a favor do ciclismo, o mínimo que o governo deveria fazer, era implantar ciclovias, pelo menos ao longo da orla," opinou. "Além disso, as pessoas têm que se conscientizarem que quanto menos usarem os seus carros, menos contribuirão para o aquecimento global".
JORNAL O MOSSOROENSE edição de domingo 09 de janeiro de 2011
fonte: http://p.download.uol.com.br/omossoroense/mudanca/pics/pdf/EDICAO.pdf
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