quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Adeptos da prática do ciclismo reivindicam dos órgãos competentes mais respeito e segurança no trânsito.

No último dia 13, em São Paulo, o executivo Antônio Bertolucci foi morto após ser atropelado por um ônibus de turismo. Ele estava a caminho do trabalho, de bicicleta, quando foi colhido pelo ônibus numa curva. O acidente reacendeu a discussão sobre necessidade de mais respeito aos ciclistas e segurança no trânsito.

Em Mossoró, cidade plana e com muitas bicicletas, o uso de bikes ainda é um modelo de transporte para muita gente. Embora já não ostente mais o título de "cidade das bicicletas", como no passado, porque motos substituíram as bikes, Mossoró ainda possui muitos adeptos das "magrelas".

Trata-se de pessoas que usam bicicletas para trabalhar ou para lazer e atividade física, o que obrigam os ciclistas a dividirem espaço com motos, carros e caminhões numa disputa absolutamente desigual. Sobretudo, pela carência de faixas para ciclistas e falta de cultura de paz no trânsito.

Estima-se a existência de mais de dois mil ciclistas amadores em Mossoró, segundo o editor do blog especializado em ciclismo (www.ciclismomossoro.blogspot.com) Alex Polary Brito, que considera inadequada a estrutura de mobilidade urbana de Mossoró para usuários de bicicletas.

Segundo ele, as poucas ciclovias de Mossoró não são interligadas, e a cidade não dispõe de ciclorrotas nem ciclofaixas. Ciclovias é um espaço segregado para fluxo de bicicletas. Isso significa que há uma separação física isolando os ciclistas dos demais veículos, presentes nas avenidas urbanizadas recentemente.

É o caso do trecho da rua Felipe Camarão (BR-405, sentido saída para Apodi, próximo à entrada do bairro Macarrão), prolongamento das avenidas Rio Branco e Lauro Monte Filho. São apenas 4,67 quilômetros de ciclovias, o que desestimula e torna inseguro uso de bicicletas na cidade.

Ciclofaixa é quando há apenas uma faixa pintada no chão, sem separação física. Podem haver "olhos de gato" ou no máximo os tachões do tipo "tartaruga", como os que separam as faixas de ônibus. Já as ciclorrotas são caminhos, sinalizados ou não, que representam a rota recomendada oficialmente para o ciclista.

PROPOSTA

Para suprir essa necessidade, Alex Polary diz que a comunidade Ciclismo Mossoró apresentará projeto à Gerência Executiva de Trânsito (Getran), propondo o fechamento de trechos de avenidas de Mossoró aos domingos e feriados, para funcionamento de corredores exclusivos para ciclistas e pedestres (caminhadas e corridas).

"Seria a reserva do itinerário na avenida Rio Branco, ruas Prudente de Morais e Coelho Neto, das 7h às 10h, ou contornando pelo Skate Park/Praça da Criança, por exemplo, para passeios de crianças, adultos, idosos, numa concentração de saúde, lazer e integração social", explica.

Polary acrescenta que também está em preparação abaixo-assinado para reforçar a proposta. "Precisamos ainda mudar a cultura no trânsito para mais respeito ao ciclista, melhorar a sinalização para o ciclista, criar vagas de estacionamento para bicicletas, enfim, precisamos de mais atenção ao ciclista", reivindica.



Getran admite insuficiência de vias destinadas aos ciclistas


O gerente de Trânsito de Mossoró, Jaime Valderrama, reconhece a carência de ciclovias em Mossoró para as características da cidade, plana e com muitas bicicletas. E sobre a falta de interligação nas existentes, para mudar a situação, é preciso avaliar o impacto das obras de interligação, segundo ele.

"É preciso observar que vai ser preciso eliminar vagas de estacionamentos, fazer intervenção em canteiros. Para logo não será possível, mas somos a favor de qualquer medida que estimule o uso de bicicletas, meio não-poluente, saudável, que diminui o número de carros das ruas", diz.

Sobre a necessidade de conscientização de mais respeito ao ciclista no trânsito, Valderrama informa que a Getran dispõe de planejamento de campanha educativa para orientar não só condutores de carros e motos, mas também para conscientizar os próprios ciclistas.

"Para, por exemplo, evitar circular pela contramão, não entrar na frente dos carros, usar equipamentos de segurança pessoais (capacetes e roupa) e da bicicleta (sinalizadores noturnos)", informa o gerente, acrescentando que o trabalho está previsto na campanha educativa "Pare e Pense", já iniciada.

"Começamos com os condutores e ampliaremos para motociclistas, ciclistas e pedestres, para que exista uma convivência harmoniosa no trânsito e mais segurança para todos", diz Valderrama, reforçando que o novo Plano de Mobilidade Urbana, a ser enviado à Câmara Municipal de Mossoró (CMM), contempla uso de bicicletas.

Sobre a proposta da comunidade Ciclismo Mossoró para criação de ciclo-faixas, o gerente de Trânsito diz achar a ideia ótima, mas que é preciso avaliar o impacto, como desvio do tráfego. "Mas todas as iniciativas que reduzam o uso do carro tem nosso apoio", reforça.


fonte: http://omossoroense.com.br/cotidiano/2989-adeptos-da-pratica-do-ciclismo-reivindicam-dos-orgaos-competentes-mais-respeito-e-seguranca-no-transito-


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