Durante anos, o uso indevido de drogas foi tratado como assunto restrito às áreas médica e jurídica. Hoje, o tema é um dos mais presentes nos meios de comunicação, sabemos que sua abordagem deve ser a mais ampla possível, envolvendo todos os segmentos organizados da sociedade, pois é motivo de preocupação universal. Infelizmente, a maciça produção de notícias sobre esta temática nem sempre é acompanhada pela devida sobriedade, nem pelo caráter cientifico necessário. Sensacionalismos, afirmações emocionais e ou moralismos distorcem os fatos, e apresentam um panorama nebuloso e preconceituoso, o qual não favorece a adequada objetividade no trato específico do problema.
SOLVENTES OU INALANTES
Definição: A palavra solvente significa capaz de dissolver coisas e inalantes, é toda substância que pode ser inalada, isto é, introduzida no organismo através da aspiração pelo nariz ou boca. Via de regra todo o solvente é uma substância altamente volátil, isto é, evapora facilmente e, portanto, facilmente inaladas. Outra característica dos solventes ou inalantes é que muitos deles (mas não todos) são inflamáveis. Há um enorme número de produtos comerciais como esmalte, colas, tintas, thinners, propelentes, gasolina, removedores, vernizes, etc.
Efeitos no cérebro: O início dos efeitos após a aspiração é bem rápido – de segundos a minuto no máximo – e em 15 a 40 minutos desaparecem; o usuário repete esse processo para que as sensações durem mais.
- Fase: É a chamada fase de excitação e é a desejada, pois a pessoa fica eufórica, aparentemente excitada, ocorrendo tonturas e perturbações auditivas e visuais. Mas pode também aparecer náuseas, espirros, tosse, muita salivação e as faces podem ficara avermelhadas.
- Fase: A depressão e desorientação.
- Fase: A depressão se aprofunda com redução acentuada do alerta, falta de coordenação ocular (o indivíduo não consegue fixar os olhos nos objetos), falta de coordenação motora com marcha vacilante, reflexos deprimidos; alucinações.
- Fase: Depressão tardia; o indivíduo pode perder a consciência, queda de pressão, sonhos estranhos, podendo ainda a pessoa apresentar surtos e convulsões (ataques). Esta fase ocorre com freqüência entre aqueles que cheiram em sacos plásticos. Sabe-se que a aspiração repetida dos solventes leva a destruição de neurônios (as células cerebrais) causando lesões irreversíveis no cérebro.
Efeitos tóxicos: As inalações constantes podem ocasionar lesões da medula óssea, dos rins, do fígado e dos nervos periféricos que controlam os músculos. Em alguns casos, principalmente quando existe no solvente uma impureza, o benzeno, mesmo em pequenas quantidades, pode haver diminuição de produção de glóbulos brancos e vermelhos pelo organismo.
MACONHA
É o nome dado no Brasil a planta chamada cientificamente de Cannabis sativa.
Efeitos da maconha: Os efeitos que a maconha produz sobre o homem são físico – ação sobre o próprio corpo ou partes dele – e psíquicos – ação sobre a mente.
Efeitos físicos agudos: São poucos: os olhos ficam avermelhados (o que em linguagem médica chama-se hiperemia das conjuntivas), a boca fica seca e o coração dispara, de 60-80 batimentos por minuto pode chegar a 120-140 ou mais, a chamada taquicardia.
Efeitos psíquicos agudos: Os efeitos psicotrópicos dependem do tipo de maconha utilizada, e da sensibilidade orgânica de quem a usa. Para uma parte das pessoas os efeitos são uma sensação de bem-estar acompanhada de calma e relaxamento, ausência de fadiga, vontade de rir. Para outras pessoas os efeitos são para o lado desagradável: sentem angústia, ficam aturdidas, temerosas e inseguras, trêmulas, com sudorese. Há ainda evidente perturbação na capacidade de calcular o tempo e o espaço, déficit acentuado de atenção.
Efeitos crônicos: Com o uso o contínuo, vários órgãos do corpo são afetados, principalmente pulmões e cérebro.
COGUMELOS E PLANTAS ALUCINÓGENAS
O uso do cogumelo ficou famoso no México, onde era usado pelos nativos em rituais religiosos.
Jurema: é usado pelos remanescentes índios e caboclos do Brasil. Só é usado nas cidades em rituais de candomblé por ocasião de passagem de ano
Mescal ou Peyolt: é um cacto, também utilizado desde remotos tempos na América Central, em rituais religiosos. Produz a substância alucinógena chamada mescalina. Não existe no Brasil.
Caapi e Chacrona: são plantas alucinógenas que são utilizadas conjuntamente sob forma de uma bebida que é ingerida no ritual do Santo Daime ou Culto da União Vegetal e várias outras seitas.
Efeitos no cérebro: induzem a alucinações e delírios. Produzem efeitos muito diferentes dependendo o usuário.
Efeitos no resto do corpo: os sintomas físicos são poucos salientes, pois são alucinógenos primários. Pode aparecer dilatação das pupilas, suor excessivo, taquicardia e náuseas, estes últimos mais comuns com a bebida do Santo Daime.
COCAÍNA
Droga estimulante do sistema nervoso central, uma das mais consumidas, no Brasil. A cocaína é introduzida no corpo de três formas: nasal (aspirada), endovenosa (injetada) e pulmonar (fumada).
Principais sintomas: Excitação, aumento da atividade, agressividade, idéias delirantes com paranóia, palidez acentuada, dilatação da pupila; emagrecimento e congestão nasal; tosse e expectoração escura.
Efeitos da substância: Sensação de euforia e bem-estar, idéias de grandiosidade, irritabilidade, aumento da atenção para estímulos externos, prejuízo na capacidade de avaliação e julgamento. O usuário passa a falar e a mover-se com maior rapidez e não sente sono, fome ou fadiga. Com o aumento da dose: reações de pânico, paranóia, alucinações auditivas e táteis (escutar vozes, sensações de insetos andando pelo corpo).
Danos e doenças comumente associados: Perda da sensibilidade olfativa, atrofia da mucosa com rinite crônica e perfuração do septo nasal; lesão pulmonar com diminuição da capacidade de oxigenação no sangue, por fibrose intersticial. O uso endovenoso ocasiona dois tipos de complicações, não-infecciosas e infecciosas. As complicações não-infecciosas da cocaína ocorrem quando impurezas e substância misturadas para dar quantidade são injetadas. As complicações infecciosas são causadas pelo uso comum de utensílios contaminados, utilizados no preparo e na aplicação da injeção, e manipulação de seringas compartilhadas, com a contaminação sanguínea de um indivíduo para outro.
Tratamento: Nos casos mais graves, o paciente deve ser encaminhado para um serviço de emergência, pois há risco de morte, e mantido sob observação. Caso apresente delírios e paranóias, pode ser indicada medicação neuroléptica, via intramuscular.
ÓPIO, MORFINA, HEROÍNA
Principais sintomas: Estupor, analgesia, lacrimejamento, coriza, pupila em cabeça de alfinete, sonolência.
Elementos e acessórios: pó branco cristalino ou escuro; ampolas, frascos, seringas hipodérmicas e agulhas; manchas de sangue na roupa, escaras, feridas, dedos queimados, cicatrizes e abscessos no corpo.
CRACK
O crack deriva da planta de coca, é resultante da mistura de cocaína, bicarbonato de sódio ou amônia e água destilada, resultando em grãos que são fumados em cachimbos.
O surgimento do crack se deu no início da década de 80, o que possibilitou seu fumo foi a criação da base de coca batizada como livre.
O consumo do crack é maior que o da cocaína, pois é mais barato e seus efeitos duram menos. Por ser estimulante, ocasiona dependência física e, posteriormente, a morte por sua terrível ação sobre o sistema nervoso central e cardíaco.
Devido à sua ação sobre o sistema nervoso central, o crack gera aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas, suor intenso, tremores, excitação, maior aptidão física e mental. Os efeitos psicológicos são euforia, sensação de poder e aumento da auto-estima.
A dependência se constitui em pouco tempo no organismo. Se inalado junto com o álcool, o crack aumenta o ritmo cardíaco e a pressão arterial o que pode levar a resultados letais.
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