Manter a corrente, o cassete e as coroas limpas é um pré-requisito essencial para que todo o conjunto de transmissão funcione bem e, mais que isso, dure bem mais. Uma transmissão bem limpa e lubrificada chega a durar até 30% a mais.
Limpeza nesse caso é sinônimo de economia. Uma corrente limpa também trabalha de forma mais silenciosa e precisa.
Mas, você sabe mesmo como que se limpa e lubrifica o sistema de transmissão corretamente?
A corrente e os demais componentes da transmissão devem ficar absolutamente limpos.
A LAVAGEM
O primeiro passo é lavar bem todo o sistema de transmissão, que inclui além da corrente, as coroas, o cassete (as catracas) e os dois câmbios. A limpeza deve começar com a aplicação do desengraxante com um pincel por todo o sistema de transmissão.
Esfregue bem a corrente com a escova de dentes, elo por elo, cuidadosamente. Limpe também o cassete, as coroas e as roldanas do câmbio traseiro. Enxágüe com bastante água corrente e repita novamente a operação. Meticulosamente.
Segure em dois pontos da corrente – distante uns 15 cm um do outro – e torça-a levemente com os dedos. A corrente estará absolutamente limpa quando você não sentir nenhum atrito de sujeira entre as partes da corrente. A sensação deve ser a de “metal esfregando contra metal”, só assim a corrente estará bem limpinha e pronta para receber a lubrificação final.
Dica: existem ferramentas especiais para a limpeza de corrente que evitam sujeira. O modelo CHAIN CLEANER (foto) na MILITAR BIKE custa apenas de R$ 73,90 e é bastante prático.
Deixe a bike secar naturalmente ao sol (cuidado para não deixar muito tempo exposta, especialmente se o quadro for de fibra de carbono) ou use ar comprimido diretamente na transmissão para acelerar a secagem.
Depois de completamente seca, é a hora da lubrificação. Que também tem seus segredinhos. Um corrente é formada pela placa exterior, placa interior, rebite (ou pino) e pela anilha, que é um anel que trabalha solto envolvendo o pino.
Quando lubrificamos a corrente queremos na realidade que a película de óleo lubrifique as partes metálicas que atritam entre si. A anilha, além de atritar em seu interior com o pino, atrita em sua parte exterior (o lado de fora da anilha) com os dentes das engrenagens (coroas e cassete).
O segredo está em lubrificarmos da forma mais eficiente possível as partes que entram em contato metal-metal.
LUBRIFICAÇÃO
É recomendado o uso de óleo especial para correntes de bicicletas. Há várias marcas importadas no mercado, entretanto, no Brasil a marca mais comum é a norte-americana Finish Line que é vendida na MILITAR BIKE por R$ 25,90 frasco com 60ml.
O problema em usar óleo do tipo doméstico “Singer” é que ele não adere bem à corrente e escorre na primeira pedalada. Só fica a sujeira, e que sujeira. A vantagem dos lubrificantes especiais para correntes de bicicleta é a limpeza, a boa aderência à corrente e a viscosidade correta para este uso específico.
PASSO A PASSO DA LUBRIFICAÇÃO:
1- Coloque na coroa menor, ou coroa do meio nas mountain bikes, e em alguma marcha intermediária no cassete.
2- Com o pincel atômico, pinte a lateral de um dos elos da corrente para servir de marcação.
3- Comece a lubrificação pelo elo marcado. DICA: Comece a lubrificar pela parte inferior da corrente, a que está mais próxima ao chão. Isto é importante para que a película de óleo escorra para “dentro” da corrente. Vá girando o pedal e lubrificando parte por parte da corrente.
4- Uma mínima quantidade de óleo deve ser aplicado, elo por elo. Na medida do possível, deixe cair apenas 1/3 de uma gota. A embalagem dos lubrificantes importados, como o Finish Line, facilitam essa operação. Isso é importante para manter a corrente sempre limpa. Quanto mais óleo, mais sujeira será atraída para grudar na transmissão.
5- A aplicação do óleo deve ser feita no sentido transversal à corrente, ou seja, a película de óleo deve se instalar entre as placas externas e internas e escorrer para dentro da anilha. Faça com que o óleo entre pelas frestas marcadas na foto ao lado.
DICA: Após lubrificar cada setor segure em dois pontos da corrente e torça-a levemente, várias vezes. Esse movimento vai permitir que o óleo escorra para dentro das anilhas.
6- Terminada a lubrificação da corrente, deite a bike e lubrifique também a parte interna das roldanas do câmbio traseiro. Aplique o óleo nas frestas do eixo das roldanas, que ele vai escorrer para dentro e lubrificar as esferas.
7- Lubrifique também todos os pontos que têm movimento no câmbio dianteiro e traseiro como eixos e pivôs. Se preferir, use outro óleo mais barato. Até mesmo o Singer vai bem nesse caso.
MANUTENÇÃO PERIÓDICA
Com a corrente bem limpa e lubrificada, você vai notar uma película úmida de óleo sobre a corrente. Quando essa película der lugar a um brilho metálico, é sinal que está na hora de nova aplicação de óleo.
Sempre que voltar de uma pedalada examine o estado da corrente. Se os elos se apresentarem secos e com brilho metálico, é sinal que ela precisa de uma nova aplicação de lubrificante. Limpe a corrente com um pano seco e aplique o lubrificante, como descrito nos passos 3 a 6. As roldanas e os pivôs de câmbio levam mais tempo para perder a lubrificação.
A periodicidade da reaplicação do óleo vai depender muito das condições do piso onde você rodou. Use o bom senso e verifique de perto a condição da corrente. Estradas de terra com lama “lavam” a lubrificação logo nos primeiro metros. Já uma bike de ciclismo que roda em uma estrada de asfalto seca terá maior durabilidade da lubrificação.
Quando você notar que o pano seco não é o suficiente para remover a sujeira e deixar a corrente limpa, é hora de “trocar o óleo da corrente”, ou seja: fazer toda a limpeza completa descrita acima, com querosene, sabão em pó etc… Novamente, é o estado da corrente que vai determinar o momento exato de se fazer a nova limpeza completa. O período vai variar. Quem roda em asfalto limpo é uma coisa, quem roda na lama com uma mountain bike é outra. Use o bom senso.
DICA: Em pedaladas longas (80 km de estrada ou 50 km de mountain bike) leve sempre com você uma embalagem com óleo. Se notar que a corrente começou a fazer barulho e o brilho metálico reapareceu é sinal que é hora de parar e replicar o lubrificante.
Uma embalagem pequena de “Novalgina” (15 ml) é uma excelente embalagem para levar o óleo em uma pedalada.
Alguns atletas de mountain bike costumam improvisar uma seringa hipodérmica como aplicador de óleo, que pode ser acionada com a bike em movimento, para disputar provas longas como a Volta a SC em MTB, Cerapió e outras.
LUBRIFICANTE FINISH LINE
A famosa Finish Line fabrica três diferentes tipos de lubrificantes que têm aplicações distintas:
Cross Country
Mais usado no mountain bike. Este óleo sintético suporta bem terrenos molhados e lama. Tem aditivos anti-desgaste e anti-fricção. Dura mais na corrente por ser mais viscoso.
Teflon Plus
À base de teflon, ele é mais seco que o cross country, por isso é o preferido por ciclistas de speed e mountain bikes que rodam majoritariamente no asfalto. É mais limpo que o Cross Country.
Kry Tech
Feito à base de um produto da Du Pont chamado Krytox, que é um filme lubrificante à base de parafina. Mantém a corrente limpa por mais tempo e reduz os ruídos, mas dura bem menos na corrente pois é muito fino e volátil.
MILITAR BIKE 84- 3314-1905 --- TERRAL BRASIL 84-3344-5501
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