A preocupação com a integridade física dos envolvidos no tráfego, sejam eles motoristas, motociclistas, ciclistas ou pedestres, é a base do Código de Trânsito Brasileiro. Mais do que apenas regular o fluxo de veículos, a ideia da legislação é que todos possam ocupar o seu espaço. Portanto, bicicletas, triciclos, handbikes e outras variações são todos considerados veículos, com direito de circulação pelas ruas e prioridade sobre os automotores. Em Mossoró, a prática do ciclismo cresceu nos últimos anos. Estima-se que existam aproximadamente três mil adeptos da prática na cidade; destes, aproximadamente 200 se enquadram na categoria de alta performance.
Com o maior número de bicicletas transitando na via urbana no município, o alerta é sobre os riscos enfrentados. A legislação brasileira determina que esse veículo, considerado de propulsão humana, deve ter preferência no uso da avenida/rua e seguir no sentido dos carros e nas faixas laterais. A legislação cita ainda que o ciclista pode estar ao lado esquerdo da pista, mas a prática é considerada perigosa até pelos adeptos. Os requisitos acima ocorrem quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado. De acordo com o presidente Alex Polary, da Comissão dos Ciclistas de Mossoró, para os que seguem também pelas BRs, há orientações de órgãos como a Polícia Rodoviária Federal. “A PRF faz todas essas orientações e pede para os ciclistas darem preferências por rodovias com acostamento”, explica.
Mas, apesar dos riscos que envolvem pedalar sobre duas rodas, o presidente da comissão diz que não há um número expressivo de casos de acidentes. “Não tenho dados precisos; temos casos isolados de acidentes graves. Mas é preciso diferenciar o ciclista do usuário comum de bicicleta”, argumenta. Para ele, o ciclismo prevê segurança e condutas adequadas à legislação de trânsito. “Muitas pessoas usam a bicicleta de forma errada, atravessando sinal vermelho, andando na contramão. Eu faço a mesma comparação para os casos de motoqueiros e motociclistas”, diferencia.
Há cerca de uma semana, o ciclista Francilúcio Junqueira de Araújo morreu, depois de sofrer um acidente de bicicleta enquanto pedalava com um grupo por uma rodovia estadual. Ele teria sentido um mal súbito, seguido de desmaio, o que provocou a queda e ocasionou o traumatismo craniano. De acordo com informações de familiares, o ciclista estava equipado com capacete, mas o equipamento não foi suficiente para salvar a sua vida. Francilúcio pertencia à categoria denominada “ciclismo de speed”, em que o ciclista pedala em alta velocidade e percorre longas distâncias em estradas. “No ciclismo de speed não há treinamento à noite. Nessa categoria o praticante pode chegar a 80 quilômetros por hora e, se for em uma descida, pode ultrapassar os 100 quilômetros”, explica Polary. Segundo relatos, o ciclista que se acidentou estava com uma velocidade de aproximadamente 40 quilômetros. No ano passado, outro caso mobilizou os praticantes em Mossoró. Um ciclista morreu depois que foi atingido por um carro na BR-304, próximo à entrada para o município de Serra do Mel. Um carro trafegava no sentido Assú-Mossoró e, enquanto fazia uma ultrapassagem, acabou colidindo frontalmente com dois ciclistas. Um deles, Gilvenildo Elias de Moura, veio a falecer.
Ciclovias existentes são inadequadas
Para a Comissão de Ciclistas de Mossoró, a via urbana conta poucas ciclovias e algumas dessas têm uma extensão considerada reduzida para a prática. Segundo Polary, a cidade tem 4,7km em ciclovias. “Nenhuma delas leva a lugar nenhum, não tem continuidade”, questiona.
A ciclovia localizada na extensão da Avenida Rio Branco ainda atrai alguns praticantes da modalidade, no entanto os ciclistas precisam dividir espaço com pedestres que utilizam o local para fazer caminhada.
A Prefeitura teria iniciado o mapeamento da cidade para implementar as ciclofaixas em vias de maior fluxo. As ciclofaixas são espaços pintados no piso, sinalizando onde os ciclistas devem circular. Geralmente, elas são pintadas nas ruas e avenidas e dividem espaço com os carros, dando exclusividade ao ciclista em determinadas faixas. “Nós consideramos as ciclofaixas mais adequadas e seguras”, finaliza Polary.
Fonte: http://www.defato.com/noticias/31252/mossoro-conta-mais-de-3-mil-ciclistasa
por Nathália Rebouças
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