quinta-feira, 6 de maio de 2010

Dica do Blog: Como escolher o melhor quadro para sua bicicleta.


Fizemos uma guia básico para que você faça a melhor escolha para sua bicicleta

Com a hegemonia do alumínio, até parece óbvia a resposta. Já com mais de dez anos no mercado, este metal já ganhou a confiança da maioria dos ciclistas. E com a massificação da produção, o preço esta cada dia melhor.

No entanto, já há outras opções de materiais e até mesmo diferenças entre tipos de alumínio. Para que a sua decisão seja a melhor possível, produzimos um guia para você chegar à loja falando a mesma língua que o vendedor e poder escolher melhor.

Primeiramente, é necessário entender dois princípios que norteiam a qualidade de um quadro, seja ele de que material for.

Solda

O quadro tem quase a mesma importância que uma corrente numa bike. Se ela quebra, o pedal acaba. Com um quadro quebrado, talvez e, com muita sorte, você ainda consiga pedalar capengamente. Sempre ouvimos dizer que uma corrente é tão forte quanto o mais fraco de seus elos. Basta um quebrado para acabar a festa.

No quadro, isso vale para a solda. Basta uma mal feita e não adianta ele ser feito do mais resistente material, é ali que a vaca vai pro brejo. Portanto, escolher o fabricante geralmente é mais importante que o material.

A soldagem é a parte mais complicada para quadros de materiais leves, tais como, alumínio, scandium, magnésio, etc. Diferentemente de uma solda elétrica, esses materiais exigem muita perícia e tecnologia para serem unidos de maneira a corresponder à resistência de todo o material. Ela não pode ser porosa, nem grande e nem pequena demais, etc. Visualmente é impossível avaliar uma solda depois do quadro pronto e pintado, portanto, saber do histórico do fabricante é a melhor saída para não ter que terminar uma trilha empurrando.

Desenho

O desenho, além de responder pelo desempenho e conforto, está diretamente ligado também à resistência e consequentemente à durabilidade de um quadro. Para ligas que usam alumínio na composição a construção deve ser tal que não permita que o sistema trabalhe. Isto é, com o movimento da pedalada, a torção do quadro deve ser mínima ou inexistente. A fadiga da liga de alumínio esta diretamente ligada à estabilidade da construção. Mais uma vez, escolher o fabricante é fundamental e antes de começar a namorar um modelo bonitinho ou uma pintura legal. Pergunte a outros ciclistas e ao seu lojista se o distinto não balança demais o rabo ou se tende a estufar o suporte dos freios traseiros quando este é acionado. Alguns fabricantes têm perfis de diâmetros e formas diferentes na parte de trás justamente para evitar essa movimentação.

Materiais para quadros de bike

Agora podemos entrar nas principais ligas de metais para bikers amadores. Este guia é uma base para quem procura o melhor para passeios e trilhas. Deixamos de lado também ligas que muito especiais ou o velho aço de bikes de supermercado. Vamos ao que você irá encontrar na sua loja de bicicletas.

Cromo

Ou cromo-molibdênio, essa liga de aço tem por característica uma alta resistência e a facilidade de construção. Como sendo da turma do aço, a soldagem pode ser elétrica. Aquele tipo que encontramos em qualquer oficina mundo a fora. Essa é a liga preferida de muitos cicloturistas que adoram se perderem pelo mundo em longas viagens. Como peso não é a principal preocupação e sim a possibilidade de manutenção em locais remotos, ele passa a ser a opção.

A resistência de um material é medida em quilograma força sobre uma área. No caso do cromo, ele pode chegar a 120kg/mm². É a maior entre todas as ligas. O galho neste caso é o peso final do quadro que fica cerca de 50% mais que um de alumínio. Já há registros de designers que conseguiram modelos que chegaram quase no peso de um de alumínio, mas a produção destes quadros são artesanais e difíceis de encontrar.

Para quadros com liga de cromo a capacidade de absorção de impactos é grande e o problema de desgaste por movimento de torção não é significativo, o que faz a durabilidade deste tipo de material ser a maior entre os quadros de baixo custo.

Alumínio

Atualmente o mais vendido entre os quadros para MTB. Mesmo sendo classificado genericamente por alumínio, é preciso estar consciente que se trata também de uma liga e, como o alumínio é o principal componente, ele dá o nome. Mas aqui a diferenciação se dá pela numeração. Você já ouviu falar ou vai ouvir a seguinte frase “é em alumínio 6000”. A numeração é quem define a liga, são basicamente duas séries de ligas, seis e sete mil. Existe ainda um ajuste fino do tipo 7090 ou 6030, etc. Mas isso é papo pra engenheiro. Você sentirá diferença somente entre as duas séries.

A diferença palpável é no peso. A série 7000 produz quadros mais leves. Isso porque eles conseguiram uma liga mais dura e com isso puderam reduzir a espessura das paredes dos perfis, assim reduzindo o peso geral.

A busca dos pesquisadores é sempre por um material que não se altere ao longo de variações de condições de uso, como temperatura e esforço. Quanto maior for a amplitude dessas condições, sendo que o material fique do mesmo jeito, melhor. Esse conceito vale também para o quadro como um todo, ele deve permanecer igual ao fim de um downhill irado. E para isso entram mais duas coisas na composição: desenho e forma do perfil.

Já falamos da importância do desenho para a estabilidade do material e consequentemente durabilidade do quadro. Mas o formato dos perfis também influencia na resistência do conjunto. Pode reparar que com a série 7000 apareceram perfis triangulares. Com isso conseguiu-se aumentar mais a resistência e diminuir peso.

Hoje um quadro de alumínio esta abaixo de 2kg e com uma durabilidade estimada em dez anos. Isso tudo para um preço razoável.

Scandium

O que vemos sendo vendido como scandium é na verdade uma nova liga de alumínio com esse metal na composição. O que se conseguiu foi uma liga mais resistente que a série 7000 e com isso mais redução de peso. Um quadro dessa liga se aproxima fácil de só um quilo de peso. O que temos é uma redução significativa de peso por um acréscimo de 50% no preço do quadro.

O scandium é uma invenção russa que com o fim da guerra fria chegou ao ocidente nos anos 90. Eles precisavam de um material leve e resistente para as pontas dos mísseis que seriam lançados da Sibéria. O foguete precisava ter uma ponta dura para furar a camada de gelo ao ser lançado sem que o peso fosse problema.

Hoje o metal é usado para temperar o alumínio dando uma resistência extra para a liga com um custo ainda viável. Para quadros de scandium, valem todas as considerações de construção do alumínio.

O que podemos destacar é que esta liga vai colocar em cheque o uso de fibra de carbono para bikes. A diferença de peso entre as duas (fibra e scandium) é muito pequena e o preço da última tenderá a cair com a massificação da produção.

Fibra de carbono

Todo mundo que já assistiu a uma corrida de Fórmula 1 sabe de cor e salteado as benesses da fibra de carbono. O material tão leve quanto resistente. E claro, caro, muito caro. Quadros para bikes com este material ficam com menos de um quilo de peso. Isso faz muitos ciclistas de fim de semana sonharem com desempenhos fabulosos por arrastar menos peso pelo caminho.

Agora o que poucos falam é que na composição da fibra vai mais ou menos resina. Quanto menos resina, mais fibra é necessária e custo sobe. O galho é que a resina é sensível aos raios UV e quanto mais banho de sol na sua bike, mais cedo ela se desmancha. Saber o quanto de resina esta sendo usada nos modelos que nos chegam a preços acessíveis, é o problema para definir a durabilidade de um quadro desse tipo. Portanto, ter um quadro de carbono pode fazer sua imagem melhorar junto à turma, mas pode ser mais caro do que você imagina.

Titânio

Esse é o cara. Leve, flexível, ultra-resistente e não oxida. Agora, você precisa ter um orçamento militar de primeiro mundo para poder se dar ao luxo de teu um.

O titânio é o material que conseguiria congregar as melhores virtudes de todos os tipos de ligas que falamos até agora. Mas parece que ele também soma o preço de todos eles e ainda o multiplica por algum fator: é caro, muito caro. O que até inibe a oferta por vários fabricantes, mesmo que tenha gente disposta a pagar pelo luxo. O que faz dele algo raro de encontrar. Atualmente ouvimos mais falar do uso desta liga em bikes de equipes profissionais de ciclismo.

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